Imprensa Marrom e Jornalismo de Ouro
Texto publicado no Blog do Zé Beto www.jornaldoestado.com.br/ze_zeto
Eis o texto:
Jorge Eduardo 17:57 *Imprensa marrom e jornalismo de ouro*
O site Consultor Jurídico informa que o juiz César Santos Peixoto, da 26.ªVara Cível de São Paulo, condenou o SBT a indenizar por danos morais, em R$ 900 mil, o ex-proprietários e o ex-motorista da Escola Base, da capital paulista. Em março de 1994, eles foram acusados, julgados e condenados pelosprincipais veículos de comunicação do País, com reprodução garantida nosEstados graças ao material das agências, sob a acusação de abuso sexual de menores de idade (crianças de 2 a 3 anos) naquela escolinha.
A fonte era oficial: a polícia paulistana, escudada em depoimentos e outras "provas" criadas para incriminar o casal Icushiro e Maria Aparecida Shimadae o funcionário Maurício Monteiro de Alvarenga. Jornais, rádios e TVs caírammatando na história, e, sempre citando o delegado do caso como informante, escarafuncharam a vida dos três e promoveram sua condenação antecipada em praça pública.
Ichshiro, Maria e Maurício passaram a viver um inferno interminável a partirde março de 1994. O casal fechou a escola, o motorista ficou sem emprego, amigos se afastaram, estranhos os hostilizaram, passaram por graves problemas psicológicos não de todo superados. Enfim, foram linchados nos meios de comunicação, sem que à época, diga-se, vozes fortes saíssem em suadefesa ou, pelo menos, levantassem o véu da dúvida.
Provou-se depois que tudo não passara de um lamentável engano e que os três acusados eram todos absolutamente inocentes. Eram inocentes porque crime não houve, a acusação era infundada. Pais de alunos haviam surtado diante de uma leve suspeita, a polícia produziu provas fajutas, a acusação veio em cima. Com a vida destruída, eles procuraram pelo menos a reparação moral, que a Justiça estabelece em dinheiro. Para o juiz, o noticiário sobre a Escola Base deixou nas verdadeiras vítimas "marcas indeléveis na mente e impressões internas e externas imperceptíveis" que devem ser reparadas. Ainda cabe recurso, ou seja, tempo para os verdadeiros condenados apelarem e ganharem tempo. Nossa Justiça tarde e às vezes falha, mas nesse caso não resta dúvida: a imprensa vai pagar.
Já foram condenados - também cabendo recurso - *Folha de S.Paulo* (R$ 750 mil) e *O Estado de S. Paulo* (R$ 750 mil), a revista *IstoÉ* (R$ 360 mil) e a *TV Globo* (R$1,35 milhão). O TJ de São Paulo vai julgar ainda recurso da *Veja*, mandou arquivar apelação contra a *TV Record* e devolveu para julgamento em primeira instância ações contra a *TV Bandeirantes*. É o que informa o Consultor Jurídico.
O governo de São Paulo foi condenado a pagar R$ 250 mil a cada um dos donos da escola. Não consegui descobrir se entrou com regresso contra o delegado mentiroso e/ou se o expulsou do Serviço Público.
Quando se descobriu que tudo era fantasioso e que inocentes haviam chegado perto da loucura, o repórter Roberto Pereira de Souza - amigo e ex-colega de Jornal da Tarde - foi à luta para contar a outra história: como, quando e por que a imprensa erra e comete injustiças por ter sido induzida, por má-fé, por incompetência, por falta de profissionalismo, por não buscar - como a Justiça deve - o contraditório e a ampla defesa etc. etc.
Robertinho, como é conhecido, conquistou, com a reportagem, publicada na revista Imprensa, "Anatomia de um crime da imprensa", o Prêmio Esso de 1994 concedido à Melhor Contribuição à Imprensa.
A palavra imprensa aparece três vezes na frase acima, mas em jornalismo às vezes não se pode buscar sinônimos. O sinônimo de imprensa é imprensa, ou seja, fora disso ela erra além do limite humano, persegue, falseia, não busca a informação correta, mente. E comete crimes, como qualquer bandido.
Robertinho tem pouco mais de 1,60 m e teve o topete de desafiar o baronato da notícia com o mesmo topete com que entrevistou Mike Thyson em Tóquio, quando o campeão estava no auge, em provocante (e perigosa, pelo tamanho do cara) conversa publicada no JT. Entre outras grandes reportagens que seu estilo quase gonzo (vide Hunter Thompson) marcou.
A bela e fértil reportagem o premiou com um diploma. Os inocentes da Escola Base ainda não viram a cor de nenhum tostão.
Boa viagem, Eduardo
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Por que esta publicação nete blog???
Para demonstrar nossa SOLIDARIEDADE para com essas vítimas e mostrar aos caros visitantes que NEM TUDO que reluz é ouro.
Que Deus restaure essas vidas!!!
Eis o texto:
Jorge Eduardo 17:57 *Imprensa marrom e jornalismo de ouro*
O site Consultor Jurídico informa que o juiz César Santos Peixoto, da 26.ªVara Cível de São Paulo, condenou o SBT a indenizar por danos morais, em R$ 900 mil, o ex-proprietários e o ex-motorista da Escola Base, da capital paulista. Em março de 1994, eles foram acusados, julgados e condenados pelosprincipais veículos de comunicação do País, com reprodução garantida nosEstados graças ao material das agências, sob a acusação de abuso sexual de menores de idade (crianças de 2 a 3 anos) naquela escolinha.
A fonte era oficial: a polícia paulistana, escudada em depoimentos e outras "provas" criadas para incriminar o casal Icushiro e Maria Aparecida Shimadae o funcionário Maurício Monteiro de Alvarenga. Jornais, rádios e TVs caírammatando na história, e, sempre citando o delegado do caso como informante, escarafuncharam a vida dos três e promoveram sua condenação antecipada em praça pública.
Ichshiro, Maria e Maurício passaram a viver um inferno interminável a partirde março de 1994. O casal fechou a escola, o motorista ficou sem emprego, amigos se afastaram, estranhos os hostilizaram, passaram por graves problemas psicológicos não de todo superados. Enfim, foram linchados nos meios de comunicação, sem que à época, diga-se, vozes fortes saíssem em suadefesa ou, pelo menos, levantassem o véu da dúvida.
Provou-se depois que tudo não passara de um lamentável engano e que os três acusados eram todos absolutamente inocentes. Eram inocentes porque crime não houve, a acusação era infundada. Pais de alunos haviam surtado diante de uma leve suspeita, a polícia produziu provas fajutas, a acusação veio em cima. Com a vida destruída, eles procuraram pelo menos a reparação moral, que a Justiça estabelece em dinheiro. Para o juiz, o noticiário sobre a Escola Base deixou nas verdadeiras vítimas "marcas indeléveis na mente e impressões internas e externas imperceptíveis" que devem ser reparadas. Ainda cabe recurso, ou seja, tempo para os verdadeiros condenados apelarem e ganharem tempo. Nossa Justiça tarde e às vezes falha, mas nesse caso não resta dúvida: a imprensa vai pagar.
Já foram condenados - também cabendo recurso - *Folha de S.Paulo* (R$ 750 mil) e *O Estado de S. Paulo* (R$ 750 mil), a revista *IstoÉ* (R$ 360 mil) e a *TV Globo* (R$1,35 milhão). O TJ de São Paulo vai julgar ainda recurso da *Veja*, mandou arquivar apelação contra a *TV Record* e devolveu para julgamento em primeira instância ações contra a *TV Bandeirantes*. É o que informa o Consultor Jurídico.
O governo de São Paulo foi condenado a pagar R$ 250 mil a cada um dos donos da escola. Não consegui descobrir se entrou com regresso contra o delegado mentiroso e/ou se o expulsou do Serviço Público.
Quando se descobriu que tudo era fantasioso e que inocentes haviam chegado perto da loucura, o repórter Roberto Pereira de Souza - amigo e ex-colega de Jornal da Tarde - foi à luta para contar a outra história: como, quando e por que a imprensa erra e comete injustiças por ter sido induzida, por má-fé, por incompetência, por falta de profissionalismo, por não buscar - como a Justiça deve - o contraditório e a ampla defesa etc. etc.
Robertinho, como é conhecido, conquistou, com a reportagem, publicada na revista Imprensa, "Anatomia de um crime da imprensa", o Prêmio Esso de 1994 concedido à Melhor Contribuição à Imprensa.
A palavra imprensa aparece três vezes na frase acima, mas em jornalismo às vezes não se pode buscar sinônimos. O sinônimo de imprensa é imprensa, ou seja, fora disso ela erra além do limite humano, persegue, falseia, não busca a informação correta, mente. E comete crimes, como qualquer bandido.
Robertinho tem pouco mais de 1,60 m e teve o topete de desafiar o baronato da notícia com o mesmo topete com que entrevistou Mike Thyson em Tóquio, quando o campeão estava no auge, em provocante (e perigosa, pelo tamanho do cara) conversa publicada no JT. Entre outras grandes reportagens que seu estilo quase gonzo (vide Hunter Thompson) marcou.
A bela e fértil reportagem o premiou com um diploma. Os inocentes da Escola Base ainda não viram a cor de nenhum tostão.
Boa viagem, Eduardo
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Por que esta publicação nete blog???
Para demonstrar nossa SOLIDARIEDADE para com essas vítimas e mostrar aos caros visitantes que NEM TUDO que reluz é ouro.
Que Deus restaure essas vidas!!!
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